terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Zona de Conforto

 Não finjas se importar, digo, não seria mais fácil e honesto dizer que isso nada acrescenta em tua vida?! Confesso que perco o pouco de sanidade que ainda me resta quando percebo o caos que a vida se tornou. Talvez eu seja o início para algumas pessoas e seja esse o motivo para logo após me conhecerem irem embora. Ou melhor, seguir caminho. Criar algo firme feito concreto ao lado de alguém sensível como o papel não me parece das ideias mais agradáveis. 
Apesar de toda a temperatura quente lá fora, por dentro sinto um frio incalculável. Fico remoendo na minha cabeça pensamentos tão tolos que, pudera eu ter tido a sorte de escolher ser um pouco diferente. Eis que percebo que qualquer coisa que estimo fazer ou pensar, o rosto dele vem se intrometendo sem vergonha alguma causando raiva e agonia. Ora, não era pra ser assim. 
Sigo por esses dias sem me preocupar com a data do calendário, perdi o eixo e a coordenação, meu bem. Mas não me importo, não mais. Retomo à zona de conforto sem birra e talvez até mesmo com um pouco de certeza que nunca deveria ter saído. Aqui é meu lugar. Ninguém entra, ninguém sai. Afinal, sobre estar sozinha eu também sei. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

É impossível negar a chegada dos novos tempos. Ora, aquela menina cujo assinava os textos não pertence mais a este universo. Lhe dou a dica certeira então: Não leia meus antigos textos. Para os sábios, perceber a mudança que tomara conta de mim foi fácil. Não foi necessário nenhum impacto relevante ou coração partido, apenas mudei. Brotei. Saí do casulo que tanto me aprisionava. Mas, existe tais sábios como citei? A verdade é que nada em mim é de se chamar atenção. Talvez, bem talvez, eu tenha uma aparência relativamente agradável e um assunto que prenda a atenção de um garoto ou dois. Nada específico que os façam ficar. Logo, é possível que ninguém tenha percebido coisa alguma. Sou uma guria com ímã para desastres e tendência a decepcionar. Não quero que este texto torne-se uma nota sobre quem sou ou como posso ser, mas ler os antigos rascunhos postados neste blog me fizeram pensar alto (a ponto de escrever) o quão diferente estou. São meses que mudam as pessoas ou nós que mudamos eles? "O necessário é invisível aos olhos", já dizia algum filósofo qualquer. Não sei o que procuro ou alguma definição do que me tornei. Sou uma guria torta. Coluna torta, sorriso torto e dedos semelhantes à pistas de fórmula 1. Tenho meus padrões, teorias, idealizações. Detesto pastel de presunto. Num mundo que gira em torno de dinheiro e, consequentemente habitado por dezenas de pessoas desprezíveis e sem consideração pelo próximo, atitudes como desenhar um coração de fumaça no céu numa quarta-feira sem sal me trouxe questionamentos. Apesar de, lógico, não ter sido eu a musa inspiradora para tal fato, o amor ainda estaria por aí?! Junto com os anos se foram as boas maneiras, e, acreditava eu, o sentimentalismo. Mas o coração de fumaça estava lá, a risada gostosa que invade até mesmo os tímpanos mais frágeis soou espontaneamente de mim. Como já foi falado, é impossível negar a chegada do novo. Um tempo moderno que retrocede um pouco ao passado. Divulguem por aí, publiquem tweets ou postem no facebook: O amor ainda está no ar e a menina da porta ao lado voltou. 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Atelophobia é o nome dado ao medo de não ser suficiente bom. Poderia muito bem ser meu nome também, com  endereço e local marcado. Um "X" tatuado bem no meio da minha testa cairia bem. Assim, talvez as pessoas já estariam avisadas antes de se aproximarem de mim e evitariam expectativas. Decepções. Evitariam me amar.
Caramba, me amar, tá aí coisa difícil! Eu me limito. Não me entrego. Não boto corpo e alma. Ninguém me vê como eu realmente sou. Eu sei - infelizmente - que se a pessoa me conhecer transparente, não aguentaria. É tanta informação e dor junto que, às vezes, até eu não acredito que caiba tudo isso numa bagagem média de 16 anos.
Antes de me conhecer, saiba: Sou a pessoa mais insegura da face da terra. Então, não estranhe se eu voltar três vezes para ver se tranquei direito a porta de casa, se o portão tá com o cadeado e que meu coração tá blindado. Não repara se tiver dias que eu não sei o que falar, mas (por favor!) tenta falar comigo, não me deixa não. Não desiste de mim. O que eu guardo aqui dentro, bem escondido, é grande. 
Por isso, não estranhe se eu lhe perguntar diversas vezes no mesmo dia se você ainda gosta de mim. Sempre fui assim, sempre precisei reafirmar minhas certezas.

sábado, 6 de outubro de 2012


"A primavera em Louisiana sempre foi duvidosa. Digo, com tantas árvores composta por  flores - amarelas, vermelhas e até azuis-, não seria estranho nenhuma delas balançar? E olha, o vento sopra forte. Não é à toa que acordo dezenas de vezes durante a noite para fechar minha janela. Sempre falei meu pai sobre o desperdício que seria comprar uma casa grande no ponto mais alto da cidade.
O menino do mercadinho passa para deixar o leite fresco todo dia, ao mesmo horário. Costume comum nos anos 30. Ele tem um lindo sorriso, diferente de suas roupas. Ele é o que meu pai chamaria de resto. Ora, a hipocrisia é a principal moradora em minha casa, desconfio que durma junto a meu pai.
Ficarei aqui, a espera de uma folha cair. A primavera já está no fim e as ruas continuam limpas de flores e imunda por pessoas vazias.
 Elas não deveriam crescer nessa cidade. Digo, perceba como elas são fortes e bonitas e no entanto seria um verdadeiro crime se suas folhas invadissem as ruas. Os ricos enlouqueceriam!
 As pessoas são alimentadas por ignorância.  - Conclui.
— 
Eles são o resto. - Finalizou o menino do leite. "


— Amarelas, vermelhas e até azuis por Manuella Braga.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Três passos e retrocesso.



Já faz tempo que me sinto assim, de alguma forma sufocada. Sem direção, sem caminho. Perdida tentando me achar. De certo modo encontrar um lugar aconchegante, sem demais luxos. Apenas paz. Não quero a companhia de ninguém. Na verdade, quero só a mim mesma. Faz tanto tempo que não me encontro.
Eu sinto falta de mim.
De fato, sinto tanta falta.
Agora só me resta isso. Sou isso (...) 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Tu ainda mora aqui, no meu coração.




Eu sinto a maior saudade do mundo das coisas simples. Daquele seu abraço quando eu chegava da escola, de deitar na cama e ficar olhando filme contigo até de madrugada, das histórias que você contava sobre sua infância. Eu tenho saudade de pentear seus fios na careca, aqueles que você chamava de cabelo. Saudade de rir da sua unha, por que ela era muito engraçada! Saudade de virar a esquina e ver você vindo lá distante e correr pra tacar um abraço.  Eu tenho necessidade de um último abraço. Tenho saudade de dizer que eu te amo e que você era a melhor pessoa do mundo pra mim. Saudade do meu herói, do meu cúmplice.  
Eu choro de me descabelar, choro de soluçar e vou chorar eternamente só de saber que você nunca mais vai voltar. Choro por que dói, por que eu me sinto incompleta.
Quero te dizer que eu vou ficar bem,  que eu não vou desistir. Que sim, está difícil mas que eu sei que você não me abandonou.  Você ainda tá aqui dentro de mim, dentro do meu coração e daqui ninguém te tira!
 Quero te pedir desculpas por todas as vezes que eu gritei, que eu briguei com você por bobagem. Desculpas principalmente por quando mais você precisou, eu não estar tão presente. Eu não conseguia te ver daquele jeito. Se eu pudesse trocar de lugar contigo, ah meu Deus, se eu pudesse com certeza eu teria ido no  teu lugar! 
Digo à ti que aguardo ansiosamente pelo nosso encontro, mesmo que demore alguns anos, 50 anos, eu sempre vou me lembrar de ti. Vou contar aos meus filhos, netos e assim por diante que quando eu era bem jovem conheci um anjo, alguém que me ensinou que não se precisa ter tudo pra ser feliz. Alguém que me fazia sorrir só por parar o seu olhar sobre mim. Por me cuidar.
Valorize quem está do seu lado. Você  nunca sabe quando Deus vai tirar alguma coisa de você.
Eu sinto muito a sua falta, Vô. 




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sem super bonder.



Fechei os olhos e contei até setenta, sussurrando mentalmente palavras bonitas que me confortasse de tal maneira que talvez, por algum momento, eu esquecesse essas tais cicatrizes invisíveis. Você sabe do que eu estou falando não é? Esses machucados que você tem aí dentro do seu coração e não conta a ninguém. É, você sabe. Eu às apelidei de 'cicatrizes invisíveis' por que ninguém às vê, mas eu sei que elas estão ali. E ficarão para sempre.
A super bonder acabou, então, sem ajuda agora coração! Só eu e você juntando os caquinhos (de novo),  e pare de reclamar, eu também não espera esse fim pra mim.