sábado, 6 de outubro de 2012


"A primavera em Louisiana sempre foi duvidosa. Digo, com tantas árvores composta por  flores - amarelas, vermelhas e até azuis-, não seria estranho nenhuma delas balançar? E olha, o vento sopra forte. Não é à toa que acordo dezenas de vezes durante a noite para fechar minha janela. Sempre falei meu pai sobre o desperdício que seria comprar uma casa grande no ponto mais alto da cidade.
O menino do mercadinho passa para deixar o leite fresco todo dia, ao mesmo horário. Costume comum nos anos 30. Ele tem um lindo sorriso, diferente de suas roupas. Ele é o que meu pai chamaria de resto. Ora, a hipocrisia é a principal moradora em minha casa, desconfio que durma junto a meu pai.
Ficarei aqui, a espera de uma folha cair. A primavera já está no fim e as ruas continuam limpas de flores e imunda por pessoas vazias.
 Elas não deveriam crescer nessa cidade. Digo, perceba como elas são fortes e bonitas e no entanto seria um verdadeiro crime se suas folhas invadissem as ruas. Os ricos enlouqueceriam!
 As pessoas são alimentadas por ignorância.  - Conclui.
— 
Eles são o resto. - Finalizou o menino do leite. "


— Amarelas, vermelhas e até azuis por Manuella Braga.

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